É preciso deixar claro, já te antemão, que ainda falta muito, mas muito mesmo, para que a Internet possa de fato ser considerada “democratizada” em nosso país, até porque ainda são relativamente poucos os brasileiros que possuem acesso.
De acordo com estimativa do IBOPE, este número ficou próximo de 65 milhões em julho, considerando-se que a pessoa se conectava de qualquer tipo de lugar (residência, trabalho, escola, lan house, biblioteca, telecentro). Trata-se de mais ou menos um terço da nossa população.
No entanto, é inegável que a grande rede seja hoje o espaço mais aberto e ampliado de discussão política em qualquer lugar do mundo. Qualquer indivíduo conectado é capaz de multiplicar seu pensamento numa velocidade nunca antes vista – e naturalmente a política ganha muito com isso. Haja visto o que aconteceu no Irã – um país mais pobre que o nosso – onde a internet foi a mola propulsora de uma revolta que pode não ter atingido seu objetivo principal, mas definitivamente já modificou a estrutura política daquele país. Não podemos nos esquecer que nesta semana foi nomeada a primeira mulher a assumir um ministério desde a Revolução Islâmica.
Uma pesquisa do Facebook nos Estados Unidos comparou as redes sociais na internet e pessoalmente. O resultado foi que, em média, as pessoas influenciavam 10 amigos no mundo “real”, mas no mundo virtual este número saltava para 40.
No Brasil o potencial da internet tem sido subaproveitado, mas ainda assim alguns exemplos podem ser destacados. Foi através da disponibilização online de gastos do governo, por exemplo, que se descobriu a farra dos cartões corporativos. Além disso, hoje é possível ter muito mais controle sobre os representantes eleitos pela internet. Facilmente, descobre-se se está envolvido em algum processo judicial; que posições adotou em determinados assuntos; como é o financiamento das suas campanhas; entre outras coisas.
As possibilidades vão sendo cada vez mais ampliadas e os limites são quebrados frequentemente. As ferramentas de comunicação atuais permitem construir conteúdo de forma colaborativa e interagir de uma forma antes inimaginável. Tentar impedir este avanço é tolo; ficar alheio é impossível.
Daí que me parece muito estranho que nossa legislação eleitoral ainda não tenha absorvido a internet como um fato concreto. Mais estranho ainda é que, no momento em que nossos legisladores decidem discutir o assunto, tratam a rede como se fosse um meio de comunicação tradicional. Tenta-se impor limites numa coisa que é essencialmente sem limites.
Campanha na internet é barata. Campanha na internet é objetiva. Mas, principalmente, campanha na internet requer CONTEÚDO. Talvez seja por isso que essa coisa gere tanto medo por aí.
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Foi preciso que os Estados Unidos elegessem alguém "antenado" para que os brasileiros começassem a entender o que de fato significa a Internet. Espero que a coisa melhore a partir daqui.
ResponderExcluirCampanha na Internet além de ser mais barata permite interatividade em tempo real. Leu, não gostou ou não concordou, responde na hora. A possibilidade de ampliar a discussão com um sem número de pessoas, não importando onde estas pessoas estejam, por si só agrega valor ao processo democrático. Agora, vamos combinar: "direito de resposta" é engraçado. Se tem um lugar onde o direito de resposta rola solto este lugar é a internet. Redundante, portanto.
ResponderExcluirA internet é positiva porque nos une, nos conecta. Inclusive as pessoas maiores. O estar conectado nos prolonga a vida e não apenas adiciona anos a vida, mas vida aos anos, tirar informação da internet é como beber água de um hidrante !
ResponderExcluir=]